Quem fez isto?

Podemos e devemos aprender a reconhecer o trabalho dos anônimos


Emanuel Moura

Em uma sociedade movida pela espetacularização de tudo e todos, parece que ser discreto e, anônimo, é uma espécie de castigo.
Desde que os "15 minutos de fama" passaram a ser buscados com o ardor de quem precisa sobreviver, parece que a coisa mais importante na vida é ser famoso, se tornar celebridade, dar autógrafo, ser fotografado.
Ultimamente, até na hora do parto as pessoas se deixam fotografar e filmar para mostrar o quanto descabeladas e suadas ficaram para dar à luz.


Em tempos de Orkut, Twitter, Facebook, Myspace, YouTube, BigBrother, A Fazenda, Ídolos e outras tantas quirelas do mundo da Internet e da TV, parece que a coisa mais importante no mundo é ser notícia. É fazer com que todas as pessoas saibam da existência, feitos, manias, excentricidades de cada um.


Se não somos assim, estamos sempre à espreita para "espiar" a vida de quem se expõe ou é exposto alheio à sua vontade. Entretanto, ao contrário do que a espetacularização midiática possa apresentar, o mundo não é movido por quem aparece. Muito pelo contrário, o mundo se move por quem não se vê.


Gostamos de viajar. Quando possível, optamos pelo avião. Mas, quantos pilotos nos demos o trabalho de conhecer? Muito mal e porcamente às vezes nos lembramos do motorista de ônibus. No entanto, sem essas pessoas, a tal viagem não seria possível.
Nunca queremos que o transporte coletivo apresente pane e pare no meu do caminho para o trabalho, escola ou mesmo o lazer. No entanto, quando a viagem acontece sem transtornos, nunca queremos saber quem foi o mecânico que, com seu trabalho anônimo e silencioso, garantiu o funcionamento perfeito daquele veículo.


Gostamos de sentar no restaurante e sermos bem servidos. Saborear um prato com a dose certa de condimentos, ao dente, bem passado, mal passado etc. Mas, quantos chefs de cozinha nos propomos a agradecer pelo excelente prato que consumimos?
Queremos andar em nossas cidades e encontrar tudo muito limpo. Sem mato, sem papel no chão, sem lixo amontoado. No entanto, sequer oferecemos um copo d'água para o anônimo que passa com a vassoura e o balde limpando tudo. Também não fazemos o menor gesto de reconhecimento para os operários que com suas máquinas cortam o mato do caminho que passamos diariamente.


Só nos lembramos dos anônimos quando alguma coisa dá errado. Se o carro quebra, se o avião cai, se o mato toma conta, se vem lagarta na salada, logo temos peito e voz para reclamar. Por menos usual que seja, acredito que podemos melhorar este comportamento e fazer as pessoas cientes do quanto elas são importantes por tudo o que fazem, por mais simples que seja o seu trabalho. Podemos fazer pessoas felizes, semeando gratidão.

Jesus e as crianças da pós-modernidade

A atenção de Deus para as crianças é a mesma em qualquer tempo

Por: Emanuel Moura
 
O evangelista Mateus registrou uma situação que expressa bem a diferença de mentalidade entre Jesus e alguns dos seus discípulos. Infelizmente, passados mais de 2 mil anos a grosseria e ignorância parecem vigorar com a mesma força.

Mateus registrou o momento em que algumas pessoas tentavam colocar seus filhos diante de Jesus para que este tocasse sobre elas como forma de abençoá-las. Os discípulos, por sua vez, ao invés de facilitarem o acesso reclamaram com as pessoas por agirem assim. Percebendo a besteira que faziam, o Mestre retrucou: "Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso, pois o Reino do Céu é das pessoas que são como estas crianças." (Mateus 19:14 - Versão Bíblia na Linguagem de Hoje).
 
As palavras do Redentor continuam válidas para o homem pós-moderno. Por mais que as crianças vivam um tempo em que parecem estar supridas física, mental e espiritualmente com a enxurrada de recursos tecnológicos como TV, computador, play station, celulares e outras parafernálias eletrônicas, isso não é verdade.
Continuamos errando e, muito provavelmente, tenhamos aumentado a intensidade, extensão e gravidade do erro quando deixamos nossas crianças sendo 'cuidadas' pelas 'babás eletrônicas'. Ou seja, quando, para ter sossego, fazemos com que elas se isolem em um ambiente qualquer, ao invés de dedicarmos tempo para estar com elas.
Infelizmente, as facilidades e comodidades da pós-modernidade tem efeito anestésico e nos impedem de perceber os danos causados à família e à sociedade pela displicência ou superficialidade com que temos tratado as necessidades das nossas crianças.
 
Embora elas mesmas não tenham condições de argumentar verbalmente o quanto sentem a irresponsabilidade dos adultos, suas vozes ecoam com gritos de socorro que parecem surdos, mas se tivermos o mínimo de sensibilidade, seremos capazes de entender. Elas estão gritando por socorro quando, muitas vezes, tem reações violentíssimas a situações corriqueiras na escola ou em casa. Elas clamam por ajuda quando, ao serem confrontadas com um "não" reagem de forma patológica e agridem ao pai, à mãe ou aos irmãos. Também pode ser um grito o fato de terem seus hábitos alimentares completamente alterados ou quando dormem aquém ou além do normal para o seu desenvolvimento.
 
Pela visão cristã que defendo, proponho que neste dia das crianças façamos uma análise sobre o que estamos dando de alimento espiritual para as nossas crianças. Independente do credo religioso é imprescindível que cultivemos nelas o prazer de aproximarem-se de Deus. Os braços do Messias continuam estendidos para todas elas.

As árvores e os idosos

Os jovens podem e devem abrigarem-se na sombra dos idosos

Por: Emanuel Moura
moura.emanuel@gmail.com

No soneto "Velhas Árvores", de Olavo Bilac (1865-1918), lemos os versos:
"Não choremos, amigo, a mocidade! 
Envelheçamos rindo! envelheçamos 
Como as árvores fortes envelhecem: 
 
Na glória da alegria e da bondade, 
Agasalhando os pássaros nos ramos, 
Dando sombra e consolo aos que padecem!"
 
Além dos versos parnasianos de Bilac, valho-me das Escrituras Sagradas que, de Gênesis a Apocalipse abordam o tema de como as diferentes gerações devem se relacionar.

O jovem pastor Timóteo foi instruído pelo apóstolo Paulo a nunca repreender com aspereza a um velho "mas admoesta-o como a um pai" (1 Tim. 5:1). Os mais jovens devem reconhecer a experiência dos mais idosos e, não, desdenhá-los por isso, sempre argumentando que estão 'ultrapassados'. Salomão falou sobre este equilíbrio entre força e experiência quando compilou o provérbio: "A glória dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos são os seus cabelos brancos" (Pv. 20:29).

O rei Davi ressaltou que a vida de uma pessoa que escolhe confiar em Deus desde a juventude resulta em uma velhice vigorosa: "Na velhice, eles ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheios de vida" (Salmos 92:14).

Ao invés de vivermos um clima de tensão entre as gerações, jovens de um lado, envaidecidos pela sua força e agilidade, idosos do outro, apenas maldizendo a impulsividade das novas gerações, o princípio bíblico apela para a complementaridade. Precisamos uns dos outros.

Mesmo quem opta por não seguir princípios judaico-cristãos pode beber em qualquer fonte filosófica, sociológica, antropológica e outras ciências sociais e terá que aceitar o censo comum de que os mais velhos, invariavelmente, são dignos de toda honra e respeito.

Alguns indivíduos se esquecem ou desconhecem que o ciclo natural da vida é nascer, desenvolver, reproduzir, envelhecer e morrer. Quer o ser vivo seja uma árvore, um macaco ou um homem todos passam por este processo natural. Exceto em casos de interrupções abruptas provocadas por tragédias, acidentes, violência, drogas etc.

Sendo assim é, no mínimo, um fator de inteligência buscarmos uma convivência saudável, respeitosa e digna com os mais velhos. Eles estão aumentando em número graças a diversos fatores. E o que estamos fazendo para termos os nossos vovôs e vovós por mais tempo na nossa família?

A harmonia entre as gerações é fator preponderante para a manutenção da instituição familiar e, por conseguinte, da própria sociedade. Não podemos avançar, progredir, desenvolver, não é possível projetar um futuro sustentável, se não aprendermos a honrar quem construiu o passado.

Dia do Idoso
A data foi instituída internacionalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1991, com o objetivo de promover a reflexão sobre os direitos da pessoa idosa. No Brasil, é comemorada há 10 anos. Até 2006, as comemorações aconteciam no dia 27 de setembro. No ano seguinte, a comemoração foi alinhada com o calendário internacional após publicação da Lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006, assinada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva.


 

 
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